Perdão de Deus | O pecado que me tira o céu.

Nada nos separa de Deus, senão o pecado. Desde Abel e Caim, desde as primeiras quedas de Jerusalém foi dito:

“Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.” Isaías 59:2

Deus sabe o pecado de todos; sabe exatamente de qual maneira e quando cometeremos esse ou aquele erro. Deus nos deu o livre arbítrio (a oportunidade de escolher pelo erro ou pelo acerto), mas quando nós falhamos, ele já sabia que falharíamos. O povo do passado pecou contra Deus, o sangue foi derramado, o primeiro casal comeu do Fruto Proibido. Isso separou o homem de Deus e fez com que Deus parasse de se mostrar a nós, como ele fazia no Jardim do Éden. Mas Deus também já sabia.

Costumo falar que sem o mal, o bem não pode ser ressaltado. Sem vilões em filmes, todos seriam pacatamente bons e ninguém precisaria se esforçar e lutar para ser o mocinho da história. Creio que essa é a realidade do que aconteceu no mundo quando um anjo do Senhor, um anjo que fazia parte de seu próprio corpo celestial, caiu e se virou contra Deus.

Acredito que a revolta de Satanás não tenha pegado Deus de surpresa. Sem ele, não teria sido possível testar a obediência de Adão e Eva, o gênio de Caim, a paciência de Jó e a fé de cada um de nós dia após dia. Se não fosse por ele, todos seriam aprovados e todos estariam no céu. Logo, nenhum de nós estaria aqui porque seriam apenas Deus, Adão, Eva e os animais vivendo felizes para sempre no Jardim. Se não fosse por Lúcifer, nós não poderíamos reconhecer aqueles que realmente mantiveram a sua fidelidade com Deus enquanto todo mundo caía em tentação, como aconteceu com grande parte dos profetas e dos grandes homens da palavra de Deus. Se não fosse por ele, a identidade de Jesus não poderia ser provada, porque Jesus é o Filho de Deus e em nenhuma tentação caiu, nunca tendo pecado – nunca tendo sido separado de Deus.

Não!, não estou dizendo que gosto do Diabo ou acho que ele melhore alguma coisa em nossas vidas. O que eu quero dizer é que, de alguma forma, o pecado foi um mecanismo de reconhecimento usado por Deus para saber quais eram aqueles que lhe obedeciam e acreditavam nele de todo o coração. Mas não podemos nos deixar enganar. Ainda que tenham existido uns homens que foram mais fiéis e resistentes que outros, todos pecaram, todos caíram, todos desobedeceram e foram separados da glória de Deus.

“Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus.” Romanos 3:23

Não existe uma só pessoa, senão Jesus, que não tenha pecado ou que tenha feito somente o bem. Não existe quem tenha sido íntegro e não tenha se dobrado diante do pecado, como Jesus fez. Nos submetermos ao pecado construiu um muro entre nós e Deus. Isso é muito claro no Antigo Testamento. Quando lemos a palavra de Deus, vemos que ainda que ele fosse o Pai, comportava-se como um General diante das atrocidades que o povo fazia. Pare ele era 8 ou 80. Ou sua ira caía sobre todos ou ele dava mais uma, UMA chance do povo fazer tudo certo.

“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram; pois antes de ser dada a Lei, o pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei.” Romanos 3:12-13

O pecado do homem tirou seu título de herdeiro do céu e poucos eram aqueles nos quais Deus confiava para lhes garantir herança. Os levitas, por exemplo, tinham a esperança em Deus como porção da herança deixada pelo Senhor (para os outros ele deixou a terra de Canaã, mas para os levitas ele se deixou). O céu, que antes pouco podia ser diferenciado do mundo perfeito em que Adão e Eva viviam, se tornou algo a ser conquistado mediante a fé no Senhor dos exércitos, no Rei dos reis. Antes, era fácil alcançar o céu porque o céu era visível, mas depois do pecado, o céu tomou um lugar distante no coração do homem. E mesmo que nem sempre nós queiramos pecar, o pecado já está impregnado em nossos corações e, não querendo pecar, pecamos mesmo assim.

“Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei é boa. Nesse caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.” Romanos 7:14-20

Então, nada pode nos separar de Deus, nada no mundo é capaz de construir uma barreira entre nós e Ele senão o pecado que habita dentro de nós mesmos. Nada pode nos destituir de nossa posição de herdeiros do céu senão a nossa incapacidade de resistir ao pecado. E nenhuma pessoa no mundo é responsável por aquilo que nós mesmos escolhemos fazer. Evitar o pecado é escolher pelo caminho de Deus. E ainda assim isso não significa uma vida sem pecados, mas uma busca por se tornar cada vez mais parecido com o que Deus quer. Não significa perfeição, mas tentar ser cada vez mais como aquele que é Perfeito.

E na semana que vem tem mais um texto sobre o Perdão de Deus. Não perca!

Graça e paz,

Bruna.