Gálatas 5:22 - Paz

Os últimos dois posts falaram sobre como agir amorosamente uns com os outros e como o amor e a alegria são escolhas, não consequências das circunstâncias. Apesar de não ter deixado isso claro nos outros posts, o faço agora:

Talvez você tenha lido novamente o versículo durante os últimos posts, prestando mais atenção a cada palavra. Muito talvez, você tenha pensado “É impossível! Eu nunca vou conseguir ter tudo isso. Só Jesus seria capaz!”. Provavelmente, você não prestou atenção na primeira parte: é o Espírito de Deus que produz esses frutos. A nossa carne, realmente, é incapaz de nos fornecer qualquer desses elementos. Gálatas 5:19-21 fala sobre os frutos da carne, que são diametralmente opostos aos frutos do Espírito.

Em outras palavras: realmente, nós não conseguimos tudo isso a partir de nós mesmos. Podemos tentar exercer a bondade (por exemplo), mas, cedo ou tarde, vamos nos cansar e desistir. A partir das nossas próprias forças, nada somos capazes.

Com isso dito, podemos ver melhor o que significa essa palavrinha.

1. Quietação de ânimo.

2. Sossego, tranquilidade.

3. Ausência de guerra, de dissensões.

4. Boa harmonia.

5. Concórdia, reconciliação.

"paz", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/paz [consultado em 30-04-2014].

Acho que a definição que todos nós pensamos primeiramente é a “ausência de guerra” e é nesse aspecto que vou me concentrar mais.

Um dos livros mais famosos da Joyce Meyer, que inclusive nós já indicamos no blog, é o Campo de Batalha da Mente. Somente com esse título já podemos perceber que nossa mente, nossa natureza humana, não é exatamente um mar de rosas ou uma colônia de férias. Nós, cristãos, estamos em guerra; e sinto lhe informar que o inimigo é você mesmo.

Temos a ilusão de achar que o inimigo é o diabo. Ele já foi derrotado há mais de 2000 anos e consegue nos fazer achar que ainda tem poder. Ele, de fato, faz ataques, mas ele está acorrentado pela nossa livre agência. Deixe-me explicar melhor.

Quando você sofre uma “tentação” do diabo, ele não está te obrigando a fazer absolutamente nada. Ele simplesmente joga sugestões. Tem um livro de contos (não é cristão, mas vou citá-lo mesmo assim) que se chama “Formaturas Infernais”. O último conto do livro é exatamente um anjo do diabo lançando essas “sugestões” para as pessoas. E achei fantástico, porque demonstra exatamente a limitação dele: ele apenas pode tentar, mas todas as pessoas tem a livre agência – que é muito maior do que a influência dele – e tomam suas decisões de acordo com a própria vontade, não de acordo com a vontade dele!

Então, voltando ao ponto: o inimigo contra quem você trava essa guerra é você mesmo. Você tem um corpo, que é corruptível; e um espírito, que é eterno. Cada um deles anseia por determinadas coisas: a carne anseia pelas coisas da carne, o espírito anseia pelas coisas do espírito. E você é quem alimenta os dois: tanto a carne quanto o espírito.

Isso pode ser, definitivamente, uma batalha dentro de nós mesmos. Como se pode ter paz quando dois lados de mim se digladiam e querem coisas opostas? Então você lê o versículo lá de cima e pensa “O Espírito de Deus produz paz”.

O Espírito de Deus vive em nós: a Bíblia diz que nosso corpo é templo do Espírito Santo. Entretanto, como já disse algumas vezes aqui no blog, o Espírito de Deus é extremamente sensível. Ele é sensível ao nosso pecado e simplesmente não consegue conviver com ele. Quando nós queremos que o Espírito permaneça conosco a ponto de produzir frutos, precisamos renovar a nossa mente, o nosso coração e as nossas atitudes.

Gosto de imaginar a vida de Jesus. Não os seus milagres ou os anos não relatados na Bíblia, mas o seu interior. E às vezes penso que ele só conseguiu não pecar porque estava constantemente consciente do Espírito Santo. Sobre ele havia o peso da responsabilidade da salvação do mundo. Satanás estava tentando a todo custo sabotar esse plano. Imagine o quão intensa era essa guerra dentro de Jesus. Ele era humano, de carne e osso. Ele tinha uma carne que clamava pelas coisas da carne. Se não fosse o Espírito Santo criando paz, como seria difícil (ou até mesmo impossível) ele conseguir uma vida inteira sem pecado!

E creio que esse mesmo Espírito está presente hoje nas nossas vidas, pronto para criar raízes em nós e produzir frutos. Renovar mente, coração e atitudes não é algo fácil. Existe uma verdadeira guerra contra nós mesmos durante esse período. Mas é possível, sim, sentir uma paz mesmo quando a tentação é presente ou quando as circunstâncias são tribuladas, porque essa paz, essa sensação de ausência de guerra, é produzida pelo Espírito Santo.

Perceba que a última definição é “reconciliação”. E acredito que essa paz a que me refiro se faz presente quando estamos reconciliados com Deus. Você não a sente? Ore, deixe Deus falar através do seu Espírito e se reconcilie com Ele. Nunca é tarde demais.

A paz do Espírito Santo,

Equipe Maravilhosa Graça