De todos os pecadores, eu sou o pior
Eu me considerava uma pessoa boa. Eu nunca cometi nenhum crime, sempre ajudo minha mãe com as tarefas domésticas (reclamando um pouco, mas, poxa, eu sou humana) e sempre me esforcei na escola. Eu me considerava digna. Eu sou uma pessoa boa. Não perfeita, mas estou no caminho. E você também pode achar isso de si mesmo. Isso não necessariamente significa que você é esnobe, mas você simplesmente sabe que não é uma das piores pessoas do mundo.
Bem, a Bíblia não pensa tão bem de nós.
Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior.1 Timóteo 1:15
Eu e você, apesar de todas as nossas qualidades, temos um grave defeito: nós temos uma natureza pecadora. Existem impulsos que nós temos muita dificuldade de lidar. Nós podemos ser orgulhosos, arrogantes, não pensamos antes de falar, etc, etc, etc. Nós, apesar de toda a casca estar arrumadinha, somos, na nossa essência, cheios de vontades nada admiráveis. A Bíblia chama isso de “inclinação para coisas da carne” ou “natureza humana”. Para simplificarmos tudo: nós somos pecadores. Ainda quando fazemos uma boa ação, temos essa natureza latente, pronta para entrar em ação.
Eu não sei se você já experimentou essa sensação de estar, de repente, ciente dessa condição de pecado em que vivemos. Eu já experimentei. Fui extremamente impulsiva e emiti minha opinião de uma maneira bruta e arrogante. No momento eu nem estava percebendo o que eu estava fazendo, mas depois eu percebi. E, quando eu olhei para mim mesma, vi que eu não era digna de absolutamente nada. Quando você percebe o que sua natureza humana é capaz de fazer, nenhuma das suas qualidades importam. Nada do que pensam ou falam de você importa. A única coisa visível é a sujeira do pecado. A forma impiedosa como ele te macula e te afasta de Deus. Eu me senti, sem nenhum exagero, a pior de todas as pecadoras.
“O filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado de teu filho.” Lucas 15:21
Essa consciência do pecado pode nos afastar de Deus. Podemos encarar toda a Sua perfeição e toda Sua pureza e não entender como é possível desenvolvermos um relacionamento com Ele. Podemos ver isso na parábola do filho pródigo. A primeira coisa que o filho diz para o pai é que ele não é digno. O filho percebeu todos os seus erros, sabe que a solução está em seu pai, mas também sabe que ele não é digno. Se o pai não o aceitar, ele vai entender. Mas a parábola também é muito clara quanto à primeira coisa que o pai faz: ele correu até o filho e o beijou.
Deus não nos rejeita quando nosso coração está arrependido e nós dizemos, francamente, “Senhor, eu sei que a vida está em Ti, mas também sei que não sou digno, que de todos os pecadores sou o pior”, Ele fica feliz com a nossa volta, Ele fica feliz com o nosso arrependimento. Ele corre até nós e nos beija. Porque Ele nos ama.
“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras estejam manifestas, porque são realizadas em Deus.” João 3:21
Em uma outra versão, “suas obras são realizadas por intermédio de Deus”. Quando nós lemos esse versículo, cientes da nossa natureza, podemos perceber o porquê de não ser aceitável qualquer tipo de orgulho acerca das nossas obras (e o motivo pelo o qual elas não são capazes de nos salvar). Tudo de bom que nós fazemos é realizado por intermédio de Deus. Todo ato altruísta, amoroso, bondoso e caridoso que nós temos não vem da nossa natureza, mas da natureza divina. As obras na nossa vida são evidências da nossa relação com Deus, da nossa fé. Elas não levam à salvação, porque elas não são nosso mérito. Elas não mudam nada do que realmente somos. Elas apenas apontam que estamos no caminho certo: em um relacionamento de dependência com o nosso Salvador – aquele que realmente fez tudo para nos salvar.
Portanto, não, nós não somos dignos. Mas isso não é motivo para nos mantermos distantes de Deus, pelo contrário, é a nossa maior razão de O procurarmos continuamente. Não devemos nos esconder atrás das nossas obras nem ter vergonha de assumir nossos erros. Ele já os conhece. E Ele já fez tudo o que era possível para ter um relacionamento com você. Basta você aceitá-lo.
“Mas virá a hora, e na verdade já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque é este tipo de adoradores que o Pai procura.” João 4:23
0 respostas: