Deus de barganha

quarta-feira, novembro 05, 2014 Maravilhosa Graça 0 Comments

O tempo médio de oração de um cristão hoje, tirando por base um pastor, está entre 5e 10 minutos. E muitos de nós ainda nos perguntamos porquê é que as coisas não têm dado muito certo para nós quanto aos frutos que deveríamos dar. Esperamos resultados imediatos às nossas preces e jejuns, sem termos em mente que o tempo que nos dedicamos a buscar o próprio Deus é muito menor que o tempo que temos dedicado a buscar os números e os fins das nossas ações. Além disso, nós oramos quando nos convém: quando precisamos de um "favor de Deus", de um milagre ou uma intervenção imediata dos céus.

Comumente, nosso tempo de oração e intimidade com Deus se resume a “Deus, porque minha vida está tão bagunçada? Eu oro todos os dias, eu leio a Bíblia, sou líder, sou do louvor, prego a Palavra e mesmo assim parece que o número de pessoas que eu alcanço é mínimo; meus resultados não são efetivos. Senhor Deus, por que isso acontece comigo?” Você se identifica com essas frases, com algum desses pontos da oração? Pois bem, isso é como os cristãos têm enfrentado e encarado seus momentos de intimidade e oração. Esse tempo consiste mais na obrigação e na reclamação diária que no momento de prazer na presença do Senhor, de conhecê-lo, de buscá-lo. E assim que as reclamações acabam, acaba também o momento de oração. 

Pensamos que a oração, assim como o jejum – prática que foi quase desaprendida pelo crente atual – são processos de barganha com o Senhor. Encaramos esses dois momentos como artifícios para ter uma dívida com Deus. Se você pensa assim, se pensa que a oração e o jejum são métodos de troca com o Senhor, você está redondamente enganado. Não é porque você se esforçou e se “consagrou” por dias, semanas e meses, que o Senhor lhe deva alguma coisa agora. Definitivamente, você não consegue chantagear a Deus com seu jejum e sua oração; você consegue sim abrir o seu coração para a revelação de Deus sobre quem Ele é, e o que Ele espera de você.

Quando você ora e jejua, você abre o seu coração para Deus. E quando digo orar, não quero dizer falar para Deus, como estamos acostumados. Quero dizer conversar com Deus, de uma maneira completa, onde as duas partes falam. Isso exige que, além de ser sincero, devemos aprender a ouvir e compreender o que Deus responde para nós. Devemos começar a discernir o arrepio, a emoção do que é profundo e real. Aprender a buscar a Deus sem esperar o que ele pode te oferecer de volta é um passo primordial se queremos conquistar intimidade com Ele e, aí sim, sermos honrados com resultados significativos.

A vida em Deus se baseia no ser de Deus, e não no fazer para Deus. Portanto, não espere ser recompensado por um tempo de procura por algo que não seja Deus em sua essência, pois esse é o motivo primordial de nossa existência. Deus não é um Deus de conveniências, ele não vai apenas atender aos seus chamados, mas ele exige ser atendido e servido, de coração. A oração e o jejum não são ferramentas para alcançar os seus objetivos com Deus, mas sim a maneira que Deus tem de te acessar pra alcançar os Seus objetivos com você. Não se amolde a esse modelo de “vida com Deus” onde acontece somente o venha a nós o vosso reino porque antes disso a frase é Santificado seja o Teu nome. Entende a diferença?

Não é a sua conveniência que atingirá o coração de Deus, porque ele não se deixa ganhar nas barganhas e trocas que o cristão tem tentado fazer hoje. O que moverá o coração do Senhor na sua direção é fazer a vontade dele, santificá-Lo e se mover na direção dele. Então ore para ter mais conhecimento de Deus, jejue para receber mais revelação. Esse é o ponto final das coisas: buscar o Senhor. Busque-O.

Orem continuamente. 
1 Tessalonicenses 5:17

Sejam abençoados, bom dia!
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