A frieza da minha alma
Tenho costume
de escrever textos sobre experiências que eu passei ou coisas que me incomodam.
Esse texto é mais um desses.
Vi um vídeo
esses dias, da Fabíola Melo, em que ela fala sobre não sentir o Espírito Santo,
sobre essa sensação de orar e parecer que a oração não passou do teto, de
clamar a Deus, jejuar, ir à igreja, mas não sentir a presença de Deus em
nenhuma dessas coisas. Isso é uma coisa que, apesar de ser ruim, é bem comum. Parece
que chega um momento de nossas vidas que nós “esfriamos” espiritualmente.
Muita gente
associa esse momento a estar amadurecendo e para muita gente realmente é a manifestação
de um amadurecimento. Eu tenho uma colega que é o exemplo disso: no começo do
ano, quando ela se converteu, ela era só alegria. Se emocionava em todo culto,
queria sair pregando a Palavra de Deus até para os cachorros da rua rsrs... Mas
com o passar do tempo ela foi mudando isso. Tornou-se uma cristã segura,
madura, com intimidade com Deus e que trabalha para a obra dele fielmente. Mas
existe uma grande diferença, uma diferença gritante, entre amadurecer e
esfriar.
Se você é
cristão há muitos anos sabe que nem todo domingo o culto é emocionante, nem
toda palavra toca, nem toda música queima no coração; e isso é claro que
acontece. Passamos de uma fase emocional para uma fase mais racional quando
caminhamos com Deus por um período. É um tempo onde saímos de um estado
passivo, em que apenas Deus age, e ficamos ativos e vamos atrás do conhecer a
Deus melhor e criar um relacionamento com Ele.
O grande
problema é quando essas coisas começam a acontecer porque o seu coração já não é
mais uma terra fértil, em que a semente germina com facilidade. Falo isso porque algum tempo atrás eu passei
por isso. Eu achava que não sentia Deus, não ouvia a voz dele, não me sentia
inspirada por ele porque eu era indigna, porque Deus era mau, porque eu estava “madura”.
Eu achava que aquilo era normal depois de um tempo. Mas o dia que eu vi o vídeo
que citei acima, eu tomei conta de uma coisa: o problema não estava na
mensagem, nem no Mensageiro nem no canal de comunicação. O problema era o
receptor: o meu coração.
Colocar
uma máscara de Maturidade na sua falta de intimidade com Deus não é a solução,
acredite em mim. Eu repetia para mim mesma que aquilo não era nada demais, que
minha relação com o Pai ainda era a mesma e que nada tinha mudado; enquanto a
verdade era que eu tinha perdido o caminho de casa, minha ligação com Deus e
minha relação de filha. Meu coração se tornou um terreno com espinhos, com
pedras. A mensagem, quando eu procurava por ela, não chegava a fazer efeito, não
germinava, não dava nenhum fruto. Quando a mensagem chegava até mim através de
outras pessoas, então o meu coração deixava todas as sementes à beira do
caminho, numa espécie de recusa. Foi só quando eu admiti que não era mais a
serva de antes que Deus começou a trabalhar no meu coração, a arar o campo para
um novo plantio e uma nova colheita.
Se
você já se pegou pensando da mesma maneira que eu, se sabe no fundo do seu coração
que está apensa se enganando, não deixe as coisas da maneira que estão. Derrube a máscara e confesse sua condição a Deus e deixe que ele comece a trabalhar no
seu terreno. Pode ser que demore – e eu confesso que eu ainda não sou a mesma
de antes nem sou uma pessoa totalmente restaurada nesse sentido – mas eu sei
que Deus continua a sua obra no meu coração e que, com disciplina, vontade e atenção
aos seus ensinamentos, aos poucos Deus fará com que a minha alma se aqueça de
novo e volte ao primeiro amor.
Graça
e paz,
Bruna.
*Video da Fabiola: Não sinto a presença de Deus!
1 respostas:
Muito bom o texto creio q todos em algum momento da fé nos sentimos assim, mas como vc bem falou o problema está no receptor o coração.
Que Ele nos ajuda a guardar nosso coração nEle