Diário de oração

No último dia dos namorados, ganhei um diário de oração. Isso mesmo, um diário onde você conversa com Deus por meio de palavras escritas, e não somente faladas. O que achei mais interessante é que tudo fica registrado. Quando você ora falando com Deus, pode ser que essas palavras se percam, amanhã você se esquece daquilo que disse que faria, do que pediu. Mas quando escrevemos aquilo que estamos pensando, quando escrevemos para Deus, essas palavras ficam registradas. Não é algo para ser esquecido facilmente porque está ali constantemente ao alcance da mão, é só pegar e ler.

Percebi o quanto às vezes nossas palavras e orações podem ser vazias. “Que eu seja”, “prova em mim”, “faça por mim”, “me dê”, “me use”. Algumas expressões que podem ser vãs, usadas por modismo, clichê, linguajar crente. As palavras têm poder, as palavras são importantes e não se pode engolir o que ser fala; uma vez dito, é dito para sempre. Mas quando nós estamos lá no nosso momento com Deus, dizemos coisas achando que isso não surtirá efeito, que precisamos apenas de palavras bonitinhas, pedidos bem formulados.

Veja bem, se eu peço por paciência isso surte um efeito em Deus e automaticamente ele criará situações para que eu possa colocar a paciência em prática até adquiri-la. Se eu peço para ser instrumento nas mãos de Deus, então ele criará situações para que eu possa agir como instrumento dele e me fazer como tal. Entretanto, muitas vezes nós não queremos as situações, queremos que a benção ou tal característica caia em nossos colos sem o mínimo de esforço. Muitas vezes, quando uma situação difícil acontece conosco, ficamos com raiva de Deus porque estamos passando por aquilo, mas nos esquecemos de que pedimos a ele que nos desse mais esperança, mais força, que provasse o nosso caráter.

Ontem enquanto eu escrevia, no meio da minha escrita percebi que aquilo era pra valer, não há como voltar atrás. Não é como se eu estivesse buscando agradar a Deus com palavras bonitinhas em uma oração, não é como se eu estivesse gastando todo o meu palavreado gospel para “fazer bonito” na presença de Jesus. O que eu falo e peço para Deus tem efeito para ele, mesmo quando eu estou fraco, mesmo quando parece que Deus não está me ouvindo, mesmo quando parece que não ele não tem motivo algum para atender aos meus pedidos.

Às vezes quando nós falamos com Deus dizemos coisas que não queremos dizer, as dizemos da boca para fora e sem o intuito de cumprir o que estamos propondo, mas Tiago fala que se não praticarmos aquilo que aprendemos ou o que nos foi ensinado, então a nossa fé é instável como o vento (Tg 1:22-23).  Sem obras a fé é morta. Sem prática, a oração é vazia.

Se você quer uma dica, comece um diário de oração hoje. Ore normalmente, mas depois anote suas orações e as coisas que você pede a Deus. De tempos em tempos releia e veja se você tem colocado em prática aquilo que propõe e se você aceita de bom gosto as provas que Deus coloca no seu caminho para provar características em você que você mesmo pediu para ter. Não precisa ser nada rebuscado (principalmente para aqueles que não gostam de escrever), mas escreva como se estivesse orando, para que aquilo esteja registrado. E comprometa-se diariamente a cumprir com suas próprias promessas.

Graça e paz,
Bruna.