Importantes e humildes

Comecei, esse ano, a ter aulas de Economia. Confesso que na maioria das vezes saio da sala de aula pessimista quanto à raça humana. Gráficos e estatísticas mostram a pobreza, a corrupção, o descaso com seres humanos dotados de sonhos, famílias e alma! E quero trazer isso das Ciências Sociais para o Cristianismo. Será que nós somos diferentes do mundo? Como nós tratamos a questão da necessidade do outro? Esqueça estatísticas, gráficos e previsões. Vamos falar de pessoas.

Quantas vezes nós não desviamos de moradores de rua, apenas pensando em nós mesmos e não na história deles? Quantas vezes rotulamos um presidiário de “sem vergonha” sem nem mesmo entender os fatores que o colocaram no crime? Quantas vezes somos preconceituosos, julgadores, orgulhosos e tolos?

Assistindo uma pregação do pastor Paul Washer, uma frase me marcou muito: ao pregar Cristo, estamos lidando com almas. Como já disse outras vezes, pregar o Evangelho é uma tarefa muito séria, porque se refere ao destino da eternidade de uma pessoa. E, inúmeras vezes, nos esquecemos que conceitos comuns para nós como classe social, nível de escolaridade, nacionalidade, etc., simplesmente não fazem diferença para Deus. Nós somos mestres em julgar e rotular o mundo ao nosso redor, e esquecemos de que nossa vida não é aqui! Nossa casa não é essa! Por mais que você ame seu país e sua cidade, você é um estrangeiro! E tais conceitos também devem ser estranhos a você. Você é morador do Reino de Deus! Comece a enxergar a realidade dessa forma.

Jesus nos ensinou a sermos humildes. Jesus nos ensinou a sermos caridosos, a não fazermos diferença entre as pessoas, a não enxergarmos nada além da alma de cada indivíduo. Quando escutamos sobre desemprego, sobre abortos, sobre assassinatos, pensamos em números e estatísticas abstratas. Quanto engano! Estamos falando de vidas, de sonhos, de famílias, e, quero enfatizar, de ALMAS! Precisamos ter mais cuidado com isso!

Ele não se importa com renda. Ele não quer saber se você veio de uma família de classe A, B ou F. Ele abençoa aqueles que o temem. E quero ressaltar uma coisa: é nossa responsabilidade entregar a mensagem de Deus para TODAS as pessoas. Já ouvi absurdos como “não acredito que o poder de Deus possa se manifestar dentro de uma prisão”. Desde quando Deus tem limitações? Vamos pregar o Evangelho para quem? Somente para quem já conhece Jesus?

Se Jesus andava com pessoas de má fama, pregava para ricos e pobres, para sadios e enfermos, quem nós pensamos que somos para negarmos esse chamado? Pare de pensar com a mentalidade terrena! Deixe de enxergar classe social estampada na aparência de cada pessoa. Veja uma alma de valor inestimável para Deus. Passe a amar aqueles que você sequer conhece. É disso que se trata o amor ao próximo: reconhecer dificuldades e estar disposto a ajudar. Reconhecer uma alma, reconhecer um irmão e não ser indiferente a isso.