Mostre que você é cristão

Há alguns dias atrás eu participei de um seminário na minha faculdade, e Deus me chamou atenção de algumas coisas desde então. Por isso, hoje vou colocar dois posts que acabaram nascendo desse contexto nada provável (quando eu digo que o Espírito Santo pode falar conosco de todas as formas possíveis, Ele realmente fala!).

O primeiro post de hoje é sobre como nós, cristãos, somos o povo de Cristo na Terra – e como nós devemos vestir essa camisa. Temos uma preocupação muito grande com o que os outros podem pensar de nós, uma preocupação em parecermos “normais”. E irmãos e irmãs: essa preocupação precisa acabar.

Durante o seminário que participei, todos os participantes receberam uma espécie de crachá, que trazia seu nome e sua instituição. E, em um dado momento, eu e duas amigas fomos a uma lanchonete próxima, no intervalo entre as palestras. Coincidentemente, estava acontecendo uma manifestação na praça ao lado da lanchonete e, de repente, uma das pessoas do protesto perguntou se estávamos participando do movimento. Respondemos que não, e mostrei meu crachá, esclarecendo que eu era uma aluna.

Por que eu estou contando isso? Porque nenhum cristão pode ser confundido com o mundo.

Quando voltamos para a palestra, minha amiga já tinha descoberto o que havia acontecido: ela foi confundida com uma manifestante porque ela também usava vermelho (essa era a cor principal do protesto) e seu crachá de identificação estava virado. Ela não podia ser diferenciada da multidão.

E é exatamente isso que tem acontecido em nossas vidas. Estamos no meio da multidão e ninguém faz ideia de que somos cristãos. Usamos as mesmas roupas, temos o mesmo linguajar, frequentamos os mesmos lugares. E achamos que isso não é um problema. “Não é pecado”, você pode pensar. E talvez não seja. Você pode ir a um bar e ficar só tomando água e refrigerante. Você pode nunca falar que acredita em Deus – você só está em silêncio, não é como se estivesse abandonando Cristo. Você pode colocar roupas um pouco justas, mas nada demais. Você pode se equilibrar na linha entre certo e errado, cuidando para não pecar. E talvez você consiga atravessar essa linha sem nunca cair para o lado do pecado. Mas ninguém que passar pelo seu caminho vai conhecer Jesus.

A nossa missão não é salvar a nossa alma. Quando temos consciência que apenas somos salvos pelo sangue de Jesus, entregamos nossa vida a Ele e passamos a viver o que Ele nos orienta, estamos salvos. Mas esse não pode ser o fim da nossa caminhada com Deus. Não podemos viver o resto das nossas vidas apenas nos preocupando em não pecar e, ao mesmo tempo, curtir a vida do modo mundano sem pecar. É óbvio que cuidar da sua vida espiritual é fundamental, mas isso é só a ponta do iceberg. Nossa missão é sermos representantes de Cristo na terra.

Quando você dá uma procuração para alguém, aquela pessoa pode fazer negócios em seu nome, e todos eles valerão como se você mesmo tivesse feito. No Cristianismo é a mesma coisa: Jesus nos dá uma procuração quando nos convertemos. Tudo o que fizermos na Terra, embaixo do título de cristão, será como se tivesse sido feito por Ele em pessoa. Nós temos a função de mostrar ao mundo como Jesus é, como Ele agiria, como Ele amaria.

Quando nos preocupamos em nos “misturar” à multidão, porque ser crente é “muito careta”, ou porque todo evangélico “é muito quadrado”, perdemos a noção do que significa ser cristão. Ser cristão é ser diferente. É ser imprevisível. É acreditar em um Deus que envia Seu único Filho para salvar uma multidão de pecadores completamente perdidos em idolatrias de todo tipo. É acreditar que o amor é o mandamento maior.

Um cristão não pode ser confundido com o mundo. A minha amiga de vermelho pode ser, dentro da nossa analogia, comparada com aquele cristão que faz de tudo para “se enturmar”: usa uma camuflagem e esconde sua identidade para passar despercebido. Quando nos esforçamos para esconder nossa religião, privamos as outras pessoas de conhecerem a única coisa que presta dentro de nós: Deus.

Portanto, exponha sua identidade para quem quiser ver. Esqueça um pouco de si mesmo e pense nas vidas que você precisa impactar. Ser um cristão que “se assume” não significa que você vai pregar Jesus para cada pessoa que passar por você na rua, mas significa que, a cada oportunidade dada, você falará de Jesus para os que te derem abertura. Significa que suas atitudes diárias darão espaço para que as pessoas se sintam à vontade em perguntar mais sobre esse Deus que você acredita.

Ser cristão é um trabalho de tempo integral. É expor o que temos de melhor: o nosso Deus!

Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos.
1 Coríntios 3:18-20