#Religiões03 - Hinduísmo

              Olá galerinha que nos acompanha aqui no blog! Hoje estamos no terceiro texto e chegamos à metade da nossa série (se você não leu os outros textos pode ver o Mormonismo e o Espiritismo).O hinduísmo é considerado a religião mais antiga do mundo e a terceira maior hoje, atrás somente do cristianismo e do islamismo. Sem um fundador e um ano histórico de fundação, essa religião abrange outras religiões e possui várias denominações, tradições e vertentes. Uma das definições de hinduísmo diz que "o hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença, desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação: e ainda substitui o nacionalismo."

                As duas principais escolas hindus existentes hoje são a vedanta e a ioga e as principais divisões do hinduísmo são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e o shaktismo. O hinduísmo não possui uma definição religiosa com credo e doutrina, mas é caracterizado por uma variedade de práticas que ajudam o indivíduo a experimentar a divindade, que está presente por toda parte. Por isso, o hinduísmo é mais tratado como uma tradição religiosa que como uma religião de fato.

Conceito de Deus

                O hinduísmo envolve pensamentos de vários tipos: monoteísmo, politeísmo, panenteísmo, panteísmo, monismo e ateísmo. Por causa disso, o conceito de Deus para os hindus é complexo e filosófico, podendo considerar a religião como henoteísta  - adora um único Deus, mas aceita a existência de outros deuses. Existem também duas linhas de pensamento quanto à alma ou espírito (Ãtman), o eu verdadeiro do ser. A não-dualista diz que o espírito não pode ser separado do espírito superior (Brâman); a dualista fala que o ãtman é dependente de Deus, que pode receber vários nomes de acordo com a divisão da qual se fala.

Devas e avatares

                Esses são personagens da cultura hindu. Os primeiros são considerados deuses, figuras importantes na história mitológica do hinduísmo; é diferenciado de Deus supremo. Já os avatares são relatados como figuras importantes na história da descida de Deus à Terra. Acredita-se que eles foram os  agentes que levaram os humanos à libertação.

Karma e Samsara

                Karma significa obra. A crença do karma é de que nós causamos impressões ao longo de nossas vidas através de nossas obras e ações, que serão armazenadas em um espaço em nós que está entre nosso corpo físico e nossa alma. Daí isso será passado para a próxima vida e determinará como será o destino, a personalidade, a família da pessoa. Une os conceitos de reencarnação, livre-arbítrio e destino.

                Samsara é a busca por prazeres passageiros; tem um significado prejudicial. Mas quem vive uma vida com meta final de libertação desses prazeres tem a felicidade e a paz asseguradas. Essa libertação pode ser entendida de várias maneiras: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Quando a pessoa alcança essa liberdade ou libertação, acaba-se o ciclo de reencarnações.

                No hinduísmo, as práticas geralmente envolvem a procura da consciência de Deus.  Deus pode ser escolhido sob uma forma para ser adorado e, diariamente, o hindu adora Deus em casa ou no templo. Quando é em casa, geralmente constrói-se um altar a essa figura de Deus. Possuem uma vasta simbologia que influenciam na arte, arquitetura e caracteriza a cultura, como os chakras, o lótus e outros símbolos de importância, além de mantras, que ajudam o indivíduo a se concentrar na busca ou adoração a Deus. Eles possuem diversos festivais, que geralmente coincidem com as mudanças de estação, sendo o mais conhecido o Holi, a festa dos pós coloridos.

                Os hindus utilizam de um conjunto de escrituras que foram descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos. São divididas em Shruti (“aquilo que é ouvido”) e Smirit (“aquilo que é lembrado”).

Shruti

                Vedas: Hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga.

                Upanixades: Contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas.

Smirit

                Puranas: Ensinamentos não escritos passados de uma geração a outra.

                Ramayana e Mahabarata: São livros épicos nacionais da Índia, em formas de poemas.

    Bhagvad Gita: é o principal texto hindu.

                São divididas em dois tipos também, as ortodoxas e as heterodoxas. As ortodoxas são as que possuem maior influência dentro do hinduísmo e são seis escolas: Nayana, Veisheshika Sankhya, Yoga, Mimamsa e Vedanta.

                Os hindus têm as vacas como uma figura maternal, não por ser “encarnação das mães”, como muitas vezes eu ouvi. A vaca foi uma figura tão importante e proveu alimentos por tanto tempo para os indianos que eles passaram a ter um reconhecimento com o animal. Por isso também, eles adotaram o vegetarianismo, e baseiam sua alimentação em verduras e legumes.

                Bem, essa foi uma religião que me levou a descobertas muito prazerosas. Ainda que não sejam cristãos, a busca incansável da adoração a Deus e a devoção que eles têm ao seu Deus e a sua forma de Deus é muito bonita de conhecer. Eu mesma que achava que eles adoravam imagens, mas não. Na religião hinduísta existe liberdade para conhecer Deus, e também existe liberdade para aceitar a existência de outros deuses. Estou encantada e espero que você também aprecie essa maneira de viver, essa cultura que vem junto com a religião indiana. O próximo tema é o Budismo. Não se esqueça de deixar seu comentário e curtir nossa página no Facebook.