Escravidão

“Os escravos perdem tudo em seus grilhões, até a vontade de se libertarem deles.”

Essa frase genial foi dita por Rousseau, um filósofo francês que com certeza você já ouviu falar nas suas aulas de história ou sociologia. E, como vocês já sabem, adoro uma analogia – e não vou perder a oportunidade de fazer uma neste post.

Os escravos não têm nada. Nenhuma propriedade, nenhuma vontade, nenhum direito e nenhuma liberdade. Até mesmo a energia para lutar contra tal situação é drenada de seus corpos. Os escravos não possuem poder nenhum: toda sua capacidade de escolha e de vontade está nas mãos do seu senhor.

Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça.
Romanos 6:18

O escravo de quem falo é você. Você está privado de propriedade: nada daquilo que você tem é realmente seu, uma vez que as coisas materiais se tornaram tão importantes que elas passaram a ter domínio sobre você. Além disso, você está privado de vontade: as paixões da sua carne guiam você de acordo com seus caprichos; logicamente, você não é livre. Você está preso com as amarras do pecado. Ele é o seu senhor. Ele decide por você, ele te guia em seus caminhos, ele te domina de tal forma que você sequer sabe contra o que lutar. Você sequer tem energia para isso.

Todos nós já estivemos assim. Com a sensação de que não há vida pura ou santa, com a certeza da impossibilidade de agradar a Deus ou descrente da superação de um “pecado de estimação”. Todos nós já estivemos engessados pelo pecado, presos a ele como uma árvore está presa no chão. E Paulo diz que quando aceitamos Jesus, somos libertos de tal prisão. Fomos libertos do pecado.

Mas o ser humano, depois que se liberta, se encarcera novamente. Nos tornamos escravos da justiça. Se antes o nosso padrão de comportamento era determinado pelo “Senhor Pecado”, agora nosso comportamento é determinado pela “Senhora Justiça”. E você pode pensar que isso não faz sentido, mas, se pararmos para pensar, tudo aquilo que não é pecado, é justiça. Se você não mente, você diz a verdade. Se você não é indelicado, você é amável com o próximo. Se você não é escravo do pecado, automaticamente você é escravo da justiça!

E qual a diferença?

Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte! Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Romanos 6:21-23

A diferença é o que te prende a cada senhor. Quando o senhor é o pecado, é sua carne que se torna a algema. Por causa dela você não consegue ser livre. Quando entendemos que Deus já conquistou a chave dessa algema, estamos livres. E, quando nos tornamos escravos da justiça, a algema é o amor. Amor por Deus, amor pelo próximo, amor por si mesmo.

Nesta Sexta-Feira, reflita: quem é o seu senhor?

Que o amor seja sua algema,

Equipe Maravilhosa Graça