Somos o povo separado
Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa: nenhum filho do estrangeiro comerá dela. Porém todo o servo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, então comerá dela. O estrangeiro e o assalariado não comerão dela. Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso. Toda a congregação de Israel o fará. Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. (Êxodo 12:43-48)
Para que as palavras em destaque façam sentido para nós, temos que entender um pouco da história desse povo e da intenção de Deus ao proferi-las.
Deus decidiu que separaria um povo na Terra para chamar de seu. Ele escolheu Abraão e prometeu a ele que sua descendência seria extremamente numerosa. Desde aquele momento Deus já sabia que Jesus viria daquele povo.
Como forma de diferenciar seu povo, Deus impôs uma regra a Abraão: todo homem deveria ser circuncidado, seja escravo ou livre, novo ou velho. Era a marca que eles deveriam carregar no corpo para demonstrar que pertenciam a Deus. Aqui, em Êxodo, Deus começa a avançar em suas intenções com o seu povo e estabelece regras.
Mais adiante, no capítulo 20, serão proferidos os 10 mandamentos, de forma que agora Deus não quer apenas que haja uma marca física que demonstre quem é o seu povo, mas também uma marca moral. Dessa forma, podemos começar a entender o que esse versículo quer dizer.
A Páscoa foi instituída muito antes de Jesus nascer, mas sempre foi sobre ele. Nela havia a obrigatoriedade de comer pão sem fermento (o símbolo do pecado na Bíblia), porque Jesus não teve pecado. E, nesse texto, vemos que os estrangeiros não podem tomar parte da festa da Páscoa, a menos que sejam circuncidados. O que isso pode nos ensinar?
Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.Romanos 2:28,29
Estrangeiro seria aquele que não se identifica com o povo que Deus separou. Se no início esse povo era o povo judeu, após Cristo, somos nós, os cristãos*. Ora, se atualmente o que Deus procura são corações puros, e não apenas a circuncisão da carne, para deixar de ser estrangeiro é necessário que essa pessoa se torne parte do povo separado por Deus. Significa, no nosso contexto atual, a conversão.
A questão da páscoa aqui também se faz muito clara. Para tomar parte da festa da Páscoa, isto é, da festa que celebra a ressurreição de Jesus, é necessário que o estrangeiro se converta. Conversão significa mudança de caminho. Conversão implica em aceitar a Jesus como único salvador, entender que ele veio à terra para morrer pelos nossos pecados e agora é pela fé, e não pelo cumprimento de regras, que somos salvos. A partir dessa crença o estrangeiro se torna parte do povo separado por Deus. O povo que tem preceitos morais a seguir, não porque sua salvação depende disso - vez que já participam da vida eterna através de Cristo -, mas porque ser parte do povo de Deus significa ter hábitos que te identificam como aquele povo.
Caso você se perceba como um estrangeiro, ainda que tenha se identificado como parte do povo separado, tem como trocar essa cidadania!
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. João 3:16-18
Graça e paz,
Carol
* É sempre bom lembrar que esse blog é cristão. Nós cremos que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação. Respeitamos todas as crenças, assim como nós desejamos que a nossa seja respeitada. Então, lembre-se: somos cristãs, falando para um público que presumimos também ser cristão (ou ao menos ter curiosidade sobre o ponto de vista cristão).
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