O mundo que faz o que a Igreja é incapaz
Li uma frase em um livro sobre
relacionamentos que me impactou muito. A frase não tem a ver com
relacionamentos, mas com o reflexo – ou a falta de reflexo – que o crente tem
no mundo hoje. A frase diz:
“Se a Igreja fosse Igreja na mesma intensidade que o mundo é mundo, o Brasil já estaria totalmente impactado pela unção do Senhor.”
Constantemente nós tentamos
diferenciar o “mundo” da “Igreja”. Inferiorizamos o mundo, como sendo tudo de
ruim, tudo o que não vem de Deus. Abrimos o verbo para colocar defeitos no
mundo, como se nada de bom pudesse ser tirado dele. Mas eis um segredo: o mundo
é muito mais intenso que a Igreja de hoje.
As pessoas pensam que a Igreja é
superior ao mundo, só que quando paramos para observar, o mundo, na sua
inferioridade, conquista muito mais que a Igreja. Ao contrário do tempo de
Atos, quando a Igreja era muito mais eloqüente, hoje a Igreja está escondida
atrás da separação que fizeram entre o que é mundano e o que é divino. O
pensamento mais errôneo é aquele de que, por que não pertencemos a esse mundo,
não vivemos nele. O crente atual idealiza uma vida, onde o gospel não se
mistura ao que é secular.
Se assim fosse, não haveria a
necessidade de que pregássemos o evangelho, afinal corações não precisariam conhecer
Jesus: o divino e o terreno estariam previamente separados. Mas não é isso. A Igreja precisa se misturar
ao mundo, para que assim a palavra do Senhor chegue até os confins de toda a
Terra. Infelizmente, a Igreja não sai nem das paredes do templo.
O mundo persiste nas pessoas. O
mundo investe em estratégias para conquistar as pessoas; o mundo caça os
corações de uma maneira tão voraz, que acaba conquistando aquilo que deseja. O
mundo tem roubado a vida das pessoas porque a Igreja não tem perspicácia e
resiliência suficiente para enfrentar a dificuldade de invadir o mundo e expor
a Luz às pessoas. A Igreja se tornou fraca ante a intensidade do mundo.
A Igreja que antes era motivadora
de reuniões secretas, formadora de igrejas, conquistadora de discípulos deu lugar
a uma Igreja incapaz de reconhecer sua superioridade espiritual e perseguir
vidas. A Igreja, em um tempo consideravelmente rápido, permitiu que o mundo
tomasse cada vez mais seu lugar, colocando o “divino” muito abaixo do “terreno”,
na lista de prioridade da maioria das pessoas.
Espero, e creio que isso é o que
a Igreja de Jesus deve fazer, que a Igreja recupere a sua intensidade, de
maneira que consiga expandir sua pregação de uma mera sala de reuniões para uma
multidão a beira-mar, como Jesus – e posteriormente, seus discípulos – fazia.
Que possamos nos erguer sobre o mundo e fazer jus a essa separação, no céu e
não aqui na terra.
O desejo do meu coração é que
você reflita em que tipo de Igreja você tem sido, a Igreja de Atos, que ia até
os confins da Terra e se misturava ao mundo para poder separar as pessoas; ou a
Igreja de hoje, que se separa do mundo por medo de se perder na intensidade dele.
"Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo." João 9:5
Paz e fogo
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