O abismo entre a fé e o visível

sexta-feira, janeiro 10, 2014 Maravilhosa Graça 0 Comments

Quem conhece a história de Abraão sabe o quanto ele teve que ser paciente e esperar pelo tempo certo. Desde o início Deus pediu muito dele, prometendo um filho que daria origem a grandes nações.
"Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa do teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação, te abençoarei e engrandecerei o teu nome. Tu serás uma benção" Gn 12:1-2
Abraão (que até então se chamava Abrão) tinha setenta e cinco anos quando recebeu essa mensagem do Senhor. Durante vinte e cinco anos, ele esperou pela sua promessa. Entretanto, nem sempre ele esperou da maneira certa.

Incredulidade


"Quando os egípcios te virem, dirão: Esta é a tua mulher. Eles me matarão e preservarão tua vida. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa e que viva minha alma por amor de ti." Gn 12:12-13
Havia fome em Canaã e, sem consultar Deus sobre sua decisão, Abraão vai para o Egito. Chegando lá, ele pede a Sara que diga que é sua irmã, pois tem medo de que os egípcios o matem para ficar com sua mulher. Abraão revela a fraqueza de sua fé com essa atitude, pois Deus já havia prometido um filho a ele, portanto nada poderia matá-lo até que isso fosse cumprido. E Abraão não fez isso uma vez, mas duas! (Confira em Gênesis 20).

E quantas vezes nós não fazemos isso? Nos cercamos de cuidados, porque, apesar de dizermos que confiamos em Deus e que entregamos nossos planos a Ele, temos medo de que Ele não cumpra sua palavra. Temos medo de que Ele mude de ideia e nos desampare. 
“Mas o conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração” Salmos 33:11

Questionamento


Deus se assegurou de falar diversas vezes a Abraão que ele teria seu filho prometido:
"Porque toda esta terra que vês, hei de dar a ti e à tua semente para sempre. Farei da tua semente como o pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também tua semente será contada." Gênesis 13:15-16
"Olha agora para os céus, contas as estrelas, se as podes contar. Disse-lhe: Assim será a sua semente." Gênesis 15:5
Entretanto, ao se ater ao que é visível, Abraão duvidava que seria possível a promessa do Senhor ser cumprida. Ele questionava a demora de Deus, pois, segundo sua concepção limitada, era como se a promessa havia sido esquecida.
"Então disse Abrão: Senhor Deus, o que me darás, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente. Um nascido na minha casa será meu herdeiro. A palavra do Senhor veio a ele, dizendo: Este não será teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, esse será teu herdeiro." Gênesis 15:2-4
Nós também fazemos isso. Nós nos perguntamos se Deus se esqueceu de nós, questionamos a demora em ver a promessa realizada. Comparamos nossas vidas e conquistas com as de outras pessoas e indagamos “Senhor Deus, o que me darás?”.
"Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar” Números 23:19-20

Dar uma “ajudinha” a Deus


Sara, impaciente com a demora do cumprimento da promessa, decide dar uma solução ao problema. Na época, os filhos de escravos pertenciam ao senhor, portanto, ela fala a Abraão:
"Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz filhos. Entra, pois, à minha serva; talvez, terei filhos por intermédio dela. Ouviu Abrão a voz de Sarai." Gênesis 16:2
O resultado nós já conhecemos: Agar gerou Ismael, pai dos árabes - que até hoje se encontram em conflito com os judeus (descendentes de Isaque, o filho da promessa).

Quando escolhemos um caminho diferente do Senhor para realizar nossos desejos, saímos do perfeito plano que Ele arquitetou para nós. Fora desse plano, é como se disséssemos que temos mais capacidade de sermos felizes e realizados sem a Sua interferência em nossa vida. Deus deve, sem sombra de dúvida, participar de cada detalhe de nossas vidas: seja nos estudos; no trabalho; na área familiar, sentimental, ministerial; nas amizades, etc. Devemos ser completamente dependentes Dele.

E você pode se perguntar “Mas onde está meu livre arbítrio?”. Sem dúvidas, você é livre para agir da maneira que quiser. Você pode saber qual é a vontade de Deus e, conscientemente, decidir não segui-la. Deus não quer prisioneiros, Ele quer seguidores. Deus não te chama para ser escravo, Ele te chama de filho! Ele nos ama tanto, que respeita nossas decisões, mesmo sabendo que, ao escolhermos um caminho diferente do que Ele planejou para nós, estamos sujeitos a nos machucarmos e a não sermos tudo o que poderíamos ser. Isso não significa que a vida cristã é um mar de rosas, em que tudo sempre dá certo. Mas, no caminho de Deus, o sofrimento e as provações vêm acompanhados de um propósito. Fora dele, apenas abre feridas.

Provação


Com a idade de 100 anos, Abraão foi pai de Isaque. Sara tinha 90 anos e, mesmo em idade avançada, deu luz a Isaque e o amamentou. Então, após alguns anos, Deus chama Abraão:
"Toma agora teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, vai-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi." Gênesis 22:2
Aqui nós percebemos uma coisa: as promessas que Deus faz a nós serão cumpridas, mas não devemos nos ater a elas. Para Deus, o mais importante era saber se Abraão tinha fé Nele. Nós podemos nos alegrar ao saber que Deus proverá inúmeras coisas às nossas vidas, mas não podemos segui-lo por esse motivo. Deus não quer seguidores que só procuram bens materiais, cônjuges ou sucesso na vida terrena. Ele quer adoradores, servos dispostos a renunciar suas vontades, filhos pacientes e humildes. 

O grande problema da nossa geração é o quanto nós acreditamos no invisível somente porque queremos, desesperadamente, algo visível. Nós somos questionadores do tempo de Deus, arranjamos mil e uma maneiras de alcançarmos nossas promessas e não estamos dispostos a renunciar nada. Será que esse tipo de “fé” pode sequer ser chamado de fé?

É tempo de entendermos que as promessas de Deus em nossas vidas não servem para satisfazer nosso ego ou aumentar nosso status. O plano que Deus tem para você é algo bem maior do que você mesmo! Isaque não nasceu apenas para deixar Abraão e Sara felizes, mas para dar continuidade à linhagem que traria Jesus para a Terra!

A promessa da sua vida serve para salvar almas e engrandecer o nome do Senhor. Que, a cada dia, nós possamos desejar o que o Senhor deseja para nós e esperar, pacientemente, o tempo da promessa se realizar nas nossas vidas; sem incredulidade, questionamentos ou impaciência. A história de Abraão está na Bíblia para nos provar que valerá à pena.

A paz do Senhor,
Equipe Maravilhosa Graça
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